ESPECIAL DIA DA MULHER :: Qual sua personagem inspiradora do cinema?

Hoje, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, tal dia marcado por muita luta e algumas vitórias grandiosas para a sociedade. Para homenagear todas as mulheres inspiradoras do cinema/televisão que passaram por nossa vida, convidamos algumas mulheres (claro!) para escrever sobre a representatividade feminina e personagens que as inspiram. Obrigada à todas!

Confira os brilhantes depoimentos:

Kimberly Souza, 22 anos, jornalista

Acredito que a representatividade feminina acompanha os avanços do cinema e da sociedade. Se, nos filmes de terror e suspense clássicos, por exemplo, a mulher era sempre estereotipada como o sexo frágil, aparecendo seminua e sempre em perigo – quando não era a primeira das personagens a morrer violentamente ou a que aguardava ansiosamente o galã salvá-la – hoje podemos perceber que os filmes deste gênero dão maior abertura para questionar certos padrões impostos às mulheres e até colocá-las como protagonistas e heroínas da história. Exemplo disso é o filme O Babadook, de 2014. O filme se aprofunda em mostrar que a maternidade não é nada romântica e que a saúde mental das mães quase sempre está despedaçada, pois ela deve abrir mão do seu próprio bem estar para cuidar integralmente (e na maioria das vezes, sozinha), dos filhos.

Eu me aproximo das personagens que, apesar de fortes e independentes, não se preocupam em mostrar seu lado fraco às vezes. Gosto muito de Frida, do filmes de mesmo nome; e Elizabeth Bennet, de Orgulho e Preconceito. Em séries, não posso me esquecer de Poussey Washington, de Orange Is The New Black.

 

Bruna Cagnin, 23 anos, estudante de jornalismo e escritora do Parada Obrigatória

Falar sobre identificação é algo muito pessoal porque, desde criança, sempre me inspirei em tentar ser como as personagens. Quando eu notava qualquer coisa em comum com uma princesa Disney, como a Ariel, ou com uma personagem dos livros que lia, como a Suzannah Simon de A Mediadora, eu tinha a sensação de que eu seria aceita, sabe, me encaixar no mundo.  Se encaixar, na verdade sempre foi algo que me gerou muitos problemas. Me abrir o suficiente a ponto de falar sobre os meus problemas psicológicos é algo muito difícil, porque eu sentia uma vergonha muito grande. Uma série recente que me conquistou foi a comédia Crazy Ex-girlfriend. A protagonista, Rebecca Bunch, passa por dilemas muito parecidos com os que eu passei até enfrentar um diagnóstico, e o mais importante: ela aprende que ela não é só o seu diagnóstico. Rebecca ainda é uma pessoa com objetivos e vontades próprias, com um sonho, que é cheia de defeitos e qualidades. Ver uma pessoa na TV, com um corpo parecido com o meu cantando uma música sobre ser sexy, acabou me mostrando que eu não preciso só me inspirar em princesas e guerreiras. Eu posso ser uma pessoa comum e mesmo assim conseguir a aceitação que sempre foi a mais difícil: a minha.

 

Glizia Paulo, 23 anos, professora

Falar de uma personagem que me inspirou é muito difícil. São várias histórias que me inspiraram, mas recentemente duas personagens entraram na minha vida e eu percebi que elas fazem muito por mim. A Rosa Diaz, a policial badass de B99. Porque desde o começo eu tinha uma crush nela. Ela é tudo o que eu queria ser, desde o estilo até a forma como ela se envolve com as pessoas no 99. Mas então agora ela também saiu como uma personagem bissexual e isso mudou meu mundo. Não só porque eu já a admirava, mas também porque ela basicamente se assumiu pros amigos da mesma forma que eu fiz. Foi emocionante pra mim vê-la falando isso porque é tão incomum eu me ver representada tão bem quanto eu me vejo na Rosa. Eu só queria ser mais como ela (risos) e a Amy Santiago que já foi confirmada como minha maior inspiração na vida. (Junto com a Rosa, elas são minhas deusas) sério, a Amy ela é a melhor mulher que eu já vi em um seriado. Ela é séria, mas também engraçada, ela é inteligente e esforçada e, apesar de ser um dos alívios cômicos, ninguém a diminui por causa disso. Sério, ela me inspira a ser sempre a minha melhor versão, assim como eu me inspiro na Rosa pra me aceitar da forma que sou.

Eu poderia falar de personagens infantis, da minha infância, mas acho que vale a pena falar sobre quem me inspira atualmente. Elas são duas pessoas que eu tenho foto colada na geladeira que eu olho pra me dar forças e continuar meu dia. Elas são duas mulheres maravilhosas que eu sou muito feliz de ter conhecido por meio da série.

 

Mariana Valverde, 21 anos, jornalista e escritora do Parada Obrigatória

O Dia da Mulher me faz refletir sobre muitas personagens inspiradoras que já vi. Entre as recentes estão Mulher Maravilha, a sua intérprete Gal Gadot e sua diretora Patty Jenkins. São todas inspirações! E a mais recente de todas é personagem Shuri, de Pantera Negra, interpretada por Letitia Wright. No filme ela é irmã de T’Challa, o próprio Pantera Negra, e é dona de uma inteligência gigantesca e faz coisas incríveis com a tecnologia que tem em mãos. Sem contar que o elenco do filme todo é cercado por grandes mulheres fortes e guerreiras, mas Shuri me chama atenção, pois poderia ser considerada frágil ou até mesmo ‘esquecida’, já que seu irmão é o centro das atenções por ser herdeiro do trono, mas ela é sua própria luz. Ela se destaca pelo que é e pelo que faz. Tem seu próprio caminho a seguir e deixa isso muito claro.

Mas, voltando um pouco no passado, tem dois desenhos que já me inspiraram muito e estão comigo até hoje: As Meninas Superpoderosas e As Três Espiãs Demais. Os nomes já dizem tudo, né? Quando criança, sonhava em ser igual elas e hoje… bom, hoje eu ainda sonho. São mulheres, cada uma com sua personalidade, mas que o objetivo de todas é o mesmo: salvar o mundo! Tem coisa mais inspiradora do que isso? Na época não prestava atenção nos detalhes, mas no fundo me empoderou e me deu segurança e esperança para crescer e lutar. Além disso, me mostrou que eu poderia continuar me inspirando por grandes personagens do cinema e da televisão.

Conforme a sociedade evolui, sei que os filmes seguirão o mesmo trilho e em breve teremos muito mais Mulheres Maravilhas e Shuris para contar suas histórias para o mundo.

 

E você? O que tem a dizer sobre as mulheres inspiradoras do cinema?