“Arvorada” conta a história do Chico Bento, sua avó Dita e um Ipê Amarelo. Esta é a única sinopse que posso revelar, porque se eu contar mais que isso eu darei spoiler da leitura e tirarei de você a sensação maravilhosa de absorver a história.
A história em quadrinhos é da Graphic MSP, um projeto do Mauricio de Sousa Produções, que convida artistas para contar histórias inspiradas nos personagens da Turma da Mônica. A editora é a Panini.
Lado bom do livro: O autor Orlandeli não traz apenas a simplicidade do menino Chico Bento, mas traz também a simplicidade da vida.
É nas páginas coloridas e muito bem desenhadas que o autor descreve uma relação do neto com a avó Dita, que, em poucas palavras, mostra ao menino e aos leitores grandes ensinamentos da vida, dando significado a diversas questões e ainda confortando corações que sofrem com a perda, insegurança e a inconstância da vida.
Os detalhes dos desenhos de Orlandeli é o seu grande diferencial. A mudança de cor que indica em que tempo (atual ou passado) está acontecendo a cena, as expressões bem definidas dos personagens, os traços físicos dos personagens tomando conta do cenário e fazendo parte da estrutura do texto… é tudo detalhista e lindo de se ver.
“Arvorada” é basicamente uma árvore dando flor, mas não é só isso. É também um modo “caipira” de dizer “alvorada”, que significa o dia novo que vem. Mais uma luz que amanhece na janela, mais um dia de gratidão, mais um dia de esperança.
A avó Dita foi inspirada na própria avó de Mauricio de Sousa. Que, segundo as palavras dele no prólogo, ensinou muitas lições de vida… e algumas histórias de assombração também.
Além dessa graciosa referência pessoal, outra utilizada por Orlandeli foi citando a personagem Mariana, irmã de Chico Bento que faleceu ainda bebê. A história de Mariana é contada na HQ “Estrelinha Chamada Mariana”, de 1990. Isso mostra como Chico ainda se apega naqueles momentos delicados da vida para ter forças e viver os dias atuais. E, ainda assim, ele consegue ser uma criança cheia de imaginação, aventuras, coragem e amores para viver.
Lado ruim do livro: Depois de tantos elogios, o único defeito que eu poderia colocar nesse livro é ser curto demais. Mas nem isso é um ‘lado ruim’, pois ele tem o número de páginas exatas que deveria ter. A história tem um ponto final exatamente como deveria ser. Mais que isso, seria um exagero.
Conclusão: Por fim, a leitura é leve e engrandece a alma. Se você não leu, sugiro correr para a livraria ou o site mais próximo e adquirir seu exemplar. Deixo a dica das leituras de “Penadinho – Vida” e “Chico Bento – Pavor Espaciar”, também da coleção Graphic MSP.