Se você algum dia se perguntou quem foi a primeira mulher a criar conteúdo no cinema mundial, o Parada Obrigatória veio te dar a resposta. Caso você não tenha se perguntado ainda, é um ótimo momento para se questionar, pois estamos na semana que comemora o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.
A primeira diretora mulher do cinema mundial foi ninguém menos que Alice Guy Blaché, uma francesa nascida em 1873.
Alice se mudou para a capital francesa, Paris, após a morte do seu pai. Lá, ela começou a trabalhar como secretaria em uma empresa de fotografia de Max Richard e posteriormente de Léon Gaumont. Segundo o “El Periódico”, foi após o grande feito dos irmãos Lumière, que criaram o primeiro filme em 1895, que Gaumont comercializou suas próprias câmeras de vídeo. “Porém, onde os Lumières só perceberam uma inovação técnica de limitado interesse científico, Alice Guy descobriu um meio para contar histórias de uma maneira nova”, ressalta.
Ainda segundo o jornal, como Alice trabalhava com Gaumont, ela chegou a pedir para usar suas câmeras para rodar algumas cenas com um grupo de amigos. Daí surgiu seu primeiro grande feito: “La Fee Aux Choux” (A Fada dos Repolhos), de 1896. O primeiro filme de ficção teatral com a imagem em movimento. Gaumont, para não perder a oportunidade de vender mais, logo deu à Alice a responsabilidade de criar um departamento de cinema narrativo.
Alice foi também criadora do que seria chamado ‘cinema sonoro’. “Ela introduziu os pr
imeiros rudimentos da técnica de montagem cinematográfica e sincronizou antes de qualquer outro o som de um gramofone com as imagens”.
Foi assim que ela se tornou a primeira diretora e produtora da história da sétima arte. Além disso, foi grande inspiração para George Méliès (considerado o ‘pai dos efeitos especiais’). “Méliès nunca ocultou sua influência”, disse o jornal. E também serviu de inspiração para Alfred Hitchcock (de “Psicose” – 1960).
Ela chegou a ser casada com Herbert Blaché, cinegrafista, com quem se mudou para os Estados Unidos, produziu muitos filmes, mas, divorciada, voltou para a França e lá, sem apoio financeiro, sua carreira começou a cair.
“Com o auge de Hollywood e a conversão do cinema em uma grande indústria, as mulheres foram cada vez mais relegadas a tarefas subalternas e a historiografia oficial, com Georges Sadoul [jornalista e roteirista]na liderança, se encarregou de apagar as realizações de Alice Guy e de outras pioneiras”, relata o jornal.
Contudo, a restauração da imagem dos feitos das pioneiras tem sido feita nos últimos anos e há esperança de que seu conteúdo seja novamente divulgado ao mundo.
Alice faleceu em 1968, aos 94 anos e, após sua morte, ficou conhecida como “a mãe do cinema no qual conhecemos”.
Veja um de seus trabalhos “As consequências do Feminismo”, de 1906.