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Eu venho fazer essa crítica com o coração feliz e quentinho após ter assistido “Animais Fantásticos: Crimes de Grindelwald” à convite da Warner Brasil. Como fã de Harry Potter desde criança, devo dizer que essa crítica pode conter opiniões partidárias a favor do filme, devido à emoção de Potterhead [Nome dado a quem é fã da saga. Ainda usam esse termo?]. Mas, confiem em mim, prometo colocar os prós e contras à prova!
Neste filme, Newt Scamander (Eddie Redmayne) reencontra os amigos Tina Goldstein (Katherine Waterston), Queenie Goldstein (Alison Sudol) e Jacob Kowalski (Dan Fogler). Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore (Jude Law), para enfrentar o terrível bruxo das trevas Gerardo Grindelwald (Johnny Depp), que escapou da prisão da MACUSA (Congresso Mágico dos EUA) e reúne seguidores, dividindo o mundo entre os bruxos de sangue puro e os não-mágicos.
No início, o filme é eletrizante com a fuga de Grindelwald da cadeia. A cena é dinâmica e isso traz uma sensação boa, porque o filme já mostra que teremos ação pela frente.
Já que em “Animais Fantásticos e Onde Habitam” (2017), conhecemos esse “novo” universo e todos os personagens, nesse filme, eles não precisam mais de apresentação. Mas merecem alguns comentários de destaque.
O hilário e cativante Jacob Kowalski está de volta, com menos evidência, porem aparecendo em momentos importantíssimos e o ator Dan Floger, que carrega essa responsabilidade, continua inspirador, da comédia ao drama, ele faz a gente rir e chorar com poucas palavras.
Newt Scamander volta mais corajoso e mais motivado, deixando um pouco daquele ‘bobo’ de lado, mas ainda segue tímido. Nesse, Eddie Redmayne mostra mais segurança e aparenta estar mais confortável no papel do bruxo.
As irmãs Tina e Queenie merecem uma atenção especial. Tina está sendo ‘Hermione’ (ajudando e salvando Newt em várias situações) e Queenie começa perdida, dramática (como sempre) e simpática, porém certa determinação toma conta da personagem e ela se mostra muito mais sinistra do que jamais imaginamos.
Grindelwald e Dumbledore tem papeis pesados, importantes e sérios. Dumbledore é o mesmo senhor sensato e mandão que conhecemos na franquia Harry Potter. Ele se mostra extremamente humano e com compaixão pelo seu passado. Já o vilão é terrível e amedrontador. Sem revelar muitos sentimentos, ele demonstra apenas ser um homem sem humanidade alguma, que seria capaz de qualquer coisa pelo poder.
As personagens novas Leta Lestrange e Nagini nos são apresentadas fisicamente e conhecemos suas histórias de vida. Leta conta toda a história de sua vida e sua família, mas essas informações chegam a parecer jogadas rapidamente para que chegue a um fim logo. Nagini nos deixa pontas abertas para os próximos filmes. Já que a conhecemos como a cobra maldosa seguidora de Voldemort e por enquanto ela é apenas uma vítima de sua condição genética.
Outra aparição nova é de Nicolau Flamel, o alquimista que já foi citado na franquia Harry Potter. No início de sua aparição, dá a entender que ele terá um grande papel para ajudar a ‘salvar o mundo’, mas ele aparece pouco e é esquecido em algumas cenas, deixado sem importância. É triste, pois o personagem é uma referência que os potterheads adorariam conhecer mais, já que é um homem de muita confiança de Dumbledore. Ele retorna depois, quando já tínhamos esquecido da sua presença e faz a gente se questionar: “Nossa, mas onde ele estava esse tempo todo?”
Além disso, o roteiro se torna maçante em alguns pontos porque fica em cima dos conflitos de Credence, que quer descobrir quem é sua família. A gente já entendeu a história, mas os personagens insistem em nos contar porque estamos ali.
O clímax nos dá uma imagem linda dos bruxos unidos pela mesma causa e pouco depois se torna morno e sem grandes acontecimentos, apesar de nos apresentar um momento amável de Dumbledore e Newt, que deixa uma missão pela frente.
Um aviso: Não espere a mesma fluidez e humor do primeiro filme desta franquia, já que agora as coisas estão ficando mais sérias, e com isso um universo mais sombrio está tomando forma.
Um dos pontos que salva o longa são os efeitos especiais. Os animais estão incríveis e há cenas encantadoras com eles (principalmente a cena do lago, em que Newt sobe no animal, que fica eufórico. Me lembrou muito a cena do Harry em cima do Hipogrifo em “Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban”, 2004).
As pontas abertas no final deixam grandes mistérios para serem resolvidos e muita ação para render pela frente. Respira fundo, porque o próximo deverá ser excitante!
Por fim, “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” se torna uma ponte, já que ainda teremos três filmes pela frente. Ele pode não surpreender como mandavam as expectativas. Mesmo assim, ele encanta, aquece o coração dos potterheads, e elenco e efeitos salvam o longa de maneira delicada e bela.