O QUE ACHAMOS DE :: Esquadrão Suicida

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Finalmente dos blockbusters mais aguardados do ano chegou aos cinemas, no entanto, causando bastante controvérsia. Nós vamos falar aqui sobre os acertos e os erros do longa, mas cuidado, o texto pode ter alguns SPOILERS. Leia por sua conta em risco!

O que há de bom?

 Esquadrão Suicida começa muito empolgante, os personagens são introduzidos de forma dinâmica e com uma trilha sonora divertida, mas que também traz um pouco do clima de cada integrante da equipe. E, justamente, alguns personagens são o ponto alto do filme.
Os destaques são a Amanda Waller de Viola Davis. Fria, impetuosa, calculista, Viola está maravilhosa. (Como em todos os seus trabalhos, diga-se de passagem)
Também temos o Pistoleiro, que carrega maior parte da trama, o personagem de Will Smith é o vilão que sofre a humanização mais eficaz. O relacionamento com a filha mostra o seu lado mais frágil, porém não esconde o assassino que ele é.
Mas nada se compara a Arlequina, Margot Robbie entendeu a personagem. Nós temos a loucura, a força, a fragilidade e a graça que querimaos ver. Ela é de longe a mais carismática, mas ela nos leva a outro ponto…

O que podia ser melhor?

 A abordagem dada ao Coringa não me convenceu. Não acredito que por culpa do ator Jared Leto, a participação do personagem é pequena, mas poderia ser limitada apenas a transformação da Dra Harleen Quinzel, ja que em todo o seu tempo de tela, Coringa está agindo como uma mistura louca de cafetão e chefe do crime organizado que quer salvar a sua namorada da prisão. Não é o personagem sádico, louco e não há nada do teor caótico que nós esperamos do vilão mais icônico dos quadrinhos. Alguém realmente acredita que o Coringa que conhecemos arriscaria sua vida para salvar alguém? Gosto de acreditar que o que prejudicou o personagem foi a edição do filme e que futuramente teremos a chance de deixar Leto fazer jus ao legado do Cesar Romero, Jack Nicholson e Heath Ledger. Afinal de contas, onde está a cena da bomba presente nos trailers? O “mal posso esperar para te mostrar os meus brinquedos?” E onde está as agressões físicas e psicológicas da Arlequina? Para o público geral, que não conhece a história a fundo, a impressão que dá é que Senhor C realmente ama Arlequina e se importa com o seu bem estar. A relação dos dois está muito distante do que realmente é, mas temos um easter egg fantástico, que traz para vida uma das ilustrações mais consagradas do Alex Ross.
Infelizmente, o Coringa não é o único personagem sub aproveitado, Katana e Crocodilo são imensamente prejudicados também, não há arco e nem utilidade narrativa nenhuma para esses personagens. Ao menos o capitão Bumerangue de Jai Courtney consegue um pouquinho de atenção com duas piadinhas engraçadas e El Diablo tem uma história de redenção que soa interessante.

Amiga, assim não tem como te defender:

Outra relação que não convence é a de June Moone com Rick Flag, romance que devia guiar a narrativa, já que tudo se trata sobre parar Magia e salvar a June da bruxa que possui seu corpo. O maior problema é que o público sequer tem a chance de se importar com June Moone, ninguém se importa se ela vive ou morre. A relação entre ela e Rick Flag é apresentada de forma corrida e não da pra acreditar nem por um segundo que eles se amam, o que torna a vilã do filme fraca e sem nenhuma motivação. Eles trocam um beijo sem sal e depois Joe Kinnaman passa o filme inteiro sendo o soldado cheio de pose enquanto Cara Delevigne faz danças estranhas. Mesmo que nenhum dos dois sejam grandes atores, não existe nem material para que eles tentem.
Não consigo deixar de imaginar como o esquadrão seria muito melhor se a ameaça do filme fosse mais urbana (quem sabe até mesmo o próprio Coringa), e não uma megalomania grandiosa de precisar salvar o mundo inteiro. Magia passou três dias inteiros matando civis inocentes, destruindo uma cidade e abrindo um feixe de luz no céu enquanto Batman, Flash e Mulher Maravilha estavam lavando o cabelo.

Cena pós créditos: 

Sim, o filme te uma cena no meio dos créditos. Que é divertida, mas bem redundante, pois só reforça o que já vimos no Batman vs Superman. Bruce Wayne procurando pela Liga da justiça para proteger a humanidade. (Desde que a ameaça não seja “só” uma entidade demoníaca do mal)
Concluindo:Esquadrão é sim um filme divertido que vale o ingresso, mas ótimas músicas não disfarçam erros de roteiro e ótimas atuações não suprem falta de desenvolvimento de personagem.

Nota: 6/10

 

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