O Touro Ferdinando é uma animação dirigida pelo brasileiríssimo Carlos Saldanha para a Blue Sky, estúdio responsável pela franquia A Era do Gelo. Atualmente, o longa está em cartaz nos cinemas de todo Brasil.
A história segue a vida de Ferdinando, um touro pacifico nascido na Espanha, que gosta de cheirar flores enquanto os outros brigam e sonham em ir para as touradas. Quando filhote, Ferdinando sofre por não se encaixar e tem conflitos com os outros bezerros, principalmente Valente, que debocha e maltrata o nosso protagonista. Um dia, Ferdinando consegue fugir e encontra seu lar em uma fazenda, mas seu tamanho e força ainda o fazem ter que lidar com a ameaça das touradas.
Tudo isso acontece logo no começo do filme e de forma muito inspiradora. Destaque para a cena com transição de tempo, embalada pela deliciosa música original Home.
Apesar de apresentar personagens planos e sem muitas camadas (Ferdinando é só gentileza, Lupe é só alivio cômico) a narrativa consegue flertar com vários momentos mais pesados, como a manipulação da população e a crueldade da indústria de carne e das touradas, não é nada que transcenda o ar infantil das cores, danças e piadas do filme, mas isso gera o encontro perfeito entre reflexão entretenimento por entretenimento. A obra é divertida, mas sabe quando precisa ser séria.
Um dos poucos problemas com o longa, é que é muito perceptível o quanto o roteiro se esforça para esticar a história além da conta, o material oferecido pelo livro homônimo Munro Leaf de e pelo curta de 1938 produzido pelos estúdios Disney não rendia muito mais que uma hora, imagine esticar mais 48 minutos além disso. Apesar de redondinho, sem pontas soltas e com uma mensagem legal de paz, liberdade e pacifismo, há muito recheio ali que faz o filme dar voltas em torno de si mesmo.
O Touro Ferdinando é a combinação perfeita para entreter toda a família, dos mais novos ao mais velhos, ao combinar graça, diversão e um fundo crítico e sensível.
Nota: 7/10
