O QUE ACHAMOS DE :: Manchester à beira mar

0

Manchester à beira mar é um drama dirigido por Kenneth Lonergan, destaque na temporada de premiações americanas, o filme rendeu indicações ao Oscar para quase todos os membros de seu elenco principal: Casey Affleck como melhro ator, Michelle Williams como melhor atriz coadjuvante e Lucas Hedge para melhor ator coadjuvante. A trama, dirigida por Kenneth Lonergan, é centrada no personagem Lee Chandler, que precisa voltar para a sua cidade natal após a morte do irmão.

O que há de bom?

Manchester à beira mar é um drama sobre a perda. a narrativa aqui puxa muito para o interior das pessoas. Ninguém sabe lidar com a frustração, ninguém consegue externizar a raiva que sente, ninguém consegue se comunicar. O sofrimento contado é o que está dentro de cada um. Veja, nós temos o menino que perde o pai, o irmão que se afastou da família, a ex esposa alcoólatra, todos estrelaçados de alguma forma, é como uma enorme teia de aranha, onde os problemas se embaralham e causam uma grande confusão emocional. O mais afetado é o protagonista de Casey Affleck, é claro, cheio de culpa, mágoa e de temperamento explosivo. Os rompentes violentos do personagem são interessantes porque parecem o único momento em que Lee não está completamente apático, tentando se distanciar de todos, criando um escudo invisível que impede que ele volte a se importar com qualquer um. É inegável que o elenco está bem, embora Michelle Willians tenha tão pouca cenas e sirva mais para a construção do protagonista do que para o seu próprio drama, ela tem um diálogo final que é um dos pontos fortes do filme.

É legal ver como a paleta de cores passa a sensação de frio, tudo é tão claro ressaltando a neve e o mar, fazendo com que a ambientação da história fica ainda mais melancólica. Combina com a proposta de trabalhar com as personalidades destroçadas, mas seria melhor se pudêssemos sentir que pelo menos alguém no filme tenta ao menos recuperar os seus destroços. Calma, explico melhor no próximo tópico.

O que podia ser melhor?

Tantas aflições expostas seguidas uma das outras, em vez de despertar a compaixão torna tudo massante e irritante. Patrick, o menino que perdeu o pai, parece tão mimado que não consegue tocar o sentimental. Aliás, cada cena que passa parece tentar superar a dramaticidade da anterior, e nos final, no meio de tanta coisa que deveriam tocar o público, tudo fica demais e nos pegamos pensando “Gente, ainda não acabou?”.Não é um problema do gênero, é um problema de ritmo.

Conclusão: Apesar da competência técnica e dos atores extremamente competentes, Manchester Á beira mar parece ser um filme muito mais longa do que realmente é, tornando o drama que deveria emocionar um pouco enfadonho e piegas. Ou, como podemos chamar sem rodeios, chato.

Nota: 7/10

Campartilhe.

Sobre o Autor

Comentários desativados.