A diretora Andrea Berloff estreia na direção com a adaptação da HQ “The Kitchen”, da DC/Vertigo.
Três mulheres são as protagonistas do longa mas não se engane, ele passa longe de ser um “filme feminino”.
O filme é passado nos anos 70 em Nova York e conta a história de mafiosos irlandeses que são pegos pelo FBI e suas esposas acabam ficando no controle dos negócios do bairro de Hell’s Kitchen. As três mulheres tem personalidades bem diferentes uma da outra mas precisam se unir para protegerem a família a qualquer custo.
Melissa McCarthy, Tiffany Haddish e Elizabeth Moss entram como uma luva nas personagens e brilham com suas ótimas atuações. McCarthy menos caricata mas bem confortável na personagem, Haddish deixando a comédia um pouco de lado e aparecendo mais séria, mesmo assim se mantendo com várias nuances cômicas e Moss provando mais uma vez que chegou pra ficar, fazendo um ótimo trabalho com uma carga dramática cômica.
O elenco masculino também se destaca bastante como Domhnall Gleeson, Common, Bill Camp e Brian d’Arcy James.
Momentos engraçados e descontraídos não faltam, até nas cenas mais tensas e sanguinárias. O filme entrega uma comédia da máfia com reviravoltas, sangue e muitas, sim.. muitas mortes. Até demais (algumas um pouco exageradas, como se a pessoa sendo baleada na calçada em plena luz do dia fosse normal), mas que acaba sendo até divertido.
Mas existem defeitos presentes em todo momento. Clichês, reviravoltas decepcionantes, falta de mais desenvolvimento das personagens, acontecimentos corridos e algumas piadinhas que força para podermos rir.
Esteticamente é impecável, tanto na fotografia, na ambientação com seus penteados, roupas e carros da época e na trilha sonora. Todos esses elementos e incríveis detalhes nos transportam para a década de 70.
O filme segue essa recente era no cinema de mulheres na máfia, como “Oito Mulheres e Um Novo Segredo”, “As Trapaceiras” e “As Viúvas”.
É interessante vermos três mulheres em busca do posto de rainhas do crime mas falta mais ousadia, mais novidades e um desenvolvimento delas que tenha mais a oferecer.
Mas valeu a tentativa.
*Crítica produzida pelos parceiros do @cinemadehoje. Sigam no Instagram!
